No ano dos 300 anos das experiências de Bartolomeu de Gusmão, vale a pena ler "O Voo da Passarola", um relato fantasioso da autoria de Azhar Abidi, autor paquistanês que fez Engenharia em Londres e que vive na Austrália, e cuja tradução em português saiu em 2006 na Âmbar. Um blogue sobre o livro está aqui.
Excerto com um diálogo entre Luís XV de França e o Padre Bartolomeu de Gusmão:
" - Conhece este mapa, padre? - perguntou ele a Bartolomeu, apontando para uma carta na parede.
- É o Cosmographie Universelle, de Guillaume le Testu.
- Exactamente. Agore olhe para ele mais de perto, padre - pediu o rei.-O que é que vê?
- A Terra Australis, Majestade - respondeu Bartolomeu.
- E que significado tem para si?
- É o mítico continente do sul, claro, de que falou Ptolomeu e que Colombo acreditava ser uma terra de um verde luxurioso, com rios em abundância e habitado por povos que vestiam roupas de folhas de ouro.
A pergunta tinha sido um teste, e eu podia ver que Bartolomeu não respondera correctamente. O rei parecia desapontado.
- O que ele mostra é o paraíso, uma terra de felicidade. Mostra esperança, padre, aquele mapa. É por isso que eu gosto de mapas. Gosto deles com monstros marinhos e sereias. Gosto deles com dragões e centauros. Gosto ainda mais se eles estiverem incompletos e incorrectos porque assim a probabilidade de descoberta é ainda maior. O nevoeiro levanta e um novo cabo começa a aparecer... ah, que marinheiro não arriscaria a vida por tal visão?"
Louvores do original em inglês, premiado na Austrália:
"This enchanting fable seems in its compass to consider everything worth considering: enlightenment and religious authority, research and totalitarianism, gravity and ideas, adventure, love and fun, and all with a zest and pace missing from so much other fiction writing."
Thomas Keneally, author of Schindler's List
"Azhar Abidi is not an author who has his feet on the ground. And that's a compliment."
Alexander McCall Smith, The New York Times Book Review
Excerto com um diálogo entre Luís XV de França e o Padre Bartolomeu de Gusmão:
" - Conhece este mapa, padre? - perguntou ele a Bartolomeu, apontando para uma carta na parede.
- É o Cosmographie Universelle, de Guillaume le Testu.
- Exactamente. Agore olhe para ele mais de perto, padre - pediu o rei.-O que é que vê?
- A Terra Australis, Majestade - respondeu Bartolomeu.
- E que significado tem para si?
- É o mítico continente do sul, claro, de que falou Ptolomeu e que Colombo acreditava ser uma terra de um verde luxurioso, com rios em abundância e habitado por povos que vestiam roupas de folhas de ouro.
A pergunta tinha sido um teste, e eu podia ver que Bartolomeu não respondera correctamente. O rei parecia desapontado.
- O que ele mostra é o paraíso, uma terra de felicidade. Mostra esperança, padre, aquele mapa. É por isso que eu gosto de mapas. Gosto deles com monstros marinhos e sereias. Gosto deles com dragões e centauros. Gosto ainda mais se eles estiverem incompletos e incorrectos porque assim a probabilidade de descoberta é ainda maior. O nevoeiro levanta e um novo cabo começa a aparecer... ah, que marinheiro não arriscaria a vida por tal visão?"
Louvores do original em inglês, premiado na Austrália:
"This enchanting fable seems in its compass to consider everything worth considering: enlightenment and religious authority, research and totalitarianism, gravity and ideas, adventure, love and fun, and all with a zest and pace missing from so much other fiction writing."
Thomas Keneally, author of Schindler's List
"Azhar Abidi is not an author who has his feet on the ground. And that's a compliment."
Alexander McCall Smith, The New York Times Book Review
retirado de: http://dererummundi.blogspot.com/
Imagem:
http://passarolaquervoar.blogspot.com/2008_04_01_archive.html
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